quarta-feira, 25 de setembro de 2013 0 comentários

Scratch: animação e programação

É possível ensinar linguagem de programação a crianças de 10, 11 anos? Quando me foi passada a ideia, fiquei meio com o pé atrás. Mas depois de conhecer melhor o Scratch, descobri que não só pode ser possível, como pode gerar excelentes frutos.
O Scratch é um software livre, desenvolvido pelo MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), que utiliza linguagem de programação (de uma forma simplificada e bem didática) para trabalhar raciocínio lógico com crianças.
A ideia de trabalhar com essa ferramenta nas escolas da prefeitura partiu do coordenador do Núcleo de Tecnologia e Educação do CEMEPE, Cléber, e ele passou a bola pra mim, pra que eu desenvolvesse um projeto com essa ferramenta. Como não a conhecia, comecei a explorá-la e descobri que existem imensas possibilidades, tanto pra criação de animações quanto jogos.
Eu ainda estou na fase de descobertas, estou entrando em contato com o programa. Mas ao procurar um pouco mais na rede sobre o assunto, encontrei um webinar, oferecido pela professora Teresa Marques, chamado "Scratch na Escola", que me ajudou a ampliar meus horizontes. Ele é um pouco antigo, mas esclarece muitos pontos pra quem, como eu, está começando a trabalhar com esta ferramenta.
Fica, então, a dica pra quem gosta de trabalhar com ferramentas semelhantes. Quando eu conseguir colocar em prática o projeto que estou elaborando, volto pra falar dos resultados. Estou bem curiosa e ansiosa pra ver como será.
E se você já tiver vivido alguma experiência com o Scratch, compartilhe comigo nos comentários. Vamos trocar ideias!

Ahhh, e só pra você ter um gostinho do que pode ser feito com o Scratch, assista os projetos abaixo.







sexta-feira, 30 de agosto de 2013 0 comentários

Tempos de renovação

    O ano de 2013 no Brasil vai ficar marcado como o ano em que o "#giganteacordou"! Foi o ano da volta da população às ruas na defesa de seus direitos. E vai ficar marcado pra mim como o ano em que eu descobri que não fui feita pra trabalhar dois turnos em sala de aula!
       Foi triste fazer essa constatação porque sempre fui apaixonada pela sala de aula. Mas infelizmente é muito, mas muito difícil, lecionar em 16 salas de aula, corrigir trabalhos, provas e somar notas de mais de 500 alunos em tempo recorde. Isso sem falar nos infames diários. É possível dar 10 aulas por dia porque é o que muitos professores fazem. Mas eu descobri que não é pra mim. Eu preciso de tempo para estudar. Eu sinto falta de estudar. E eu acredito que eu preciso estudar, porque ultimamente tenho sentido que minhas aulas estão chatas e caíram na mesmice.
     Por isso esse ano assumi outra função. Além da sala de aula, assumi a função de professora formadora da área de Inglês no centro de estudos da prefeitura de Uberlândia. E pra minha grande felicidade, fui designada a ficar no Núcleo de Tecnologia e Educação, uma área pela qual também sou apaixonada. Então agora, com certeza, acredito que vou poder contribuir muito mais com meus colegas professores. Não só os de Inglês, mas os de todas as áreas.
      Vou compartilhar então minha primeira descoberta: o Clubefl. É um site que permite a criação de vários jogos online pelo professor e a disponibilização desses jogos em forma de blog.  Você pode criar quizzes, pesquisas, jogos de embaralhar e desembaralhar as palavras e frases, jogos de ligar, de relacionar e mais vários outros. É possível incluir vídeos, imagens e arquivos de áudio. Pode-se criar grupos, lições completas, inclusive designar tarefas para serem feitas pelos alunos com data limite de entrega. É um site que oferece inúmeras possibilidades. Vale a pena conferir.
    Como exemplo vou colocar dois blogs pelos quais eu passeei enquanto conferia o que é o Clubefl. O primeiro é o Talking Dictionary (clique na imagem abaixo ou no link para explorá-lo).


    E o outro é o Learning English Through Movies. Este traz atividades sobre filmes. Além disso, tem uma página com listas com ótimas indicações de sites com o mesmo tipo de conteúdo.



      Vale a pena passear um pouco por eles pra conhecer melhor a plataforma!
quarta-feira, 12 de junho de 2013 0 comentários

Quer diminuir o salário? Diminua o seu!

Pois é, tentei reprimir meu lado "revoltada" e não comentar o que vi e li essa semana, mas não resisti, foi mais forte que eu.
A primeira notícia foi a de redução de salários de professores municipais de Juazeiro do Norte com a justificativa de que a prefeitura está com contas demais pra pagar e precisa cortar gastos. (Folha Política.org - Em meio a protestos, Câmara aprova redução de 25% nos salários de professores de Juazeiro do Norte, 7 de junho). 
Está aí o motivo da minha revolta. Vereadores que votam nessa redução com certeza devem pensar que não precisam desses professores. É revoltante viver o que vivemos todos os dias em nossas escolas e ver um cidadão que não tem a mínima ideia do que se passa dentro de uma sala de aula reduzir os salários de quem passa por situações à vezes desumanas pra tentar fazer do Brasil um país com pessoas melhores.
É triste ler notícias assim. Isso só prova o quanto o professor se tornou um profissional desvalorizado nesse país. Fico escutando colegas mais velhos e até meus pais e pais de amigos meus falando que antigamente o profissional mais reconhecido, valorizado e respeitado era o professor. Pra mim é um cenário difícil até de imaginar...


E olhem só: na mesma semana, Alexandre Garcia, jornalista da Rede Globo, fez um comentário excelente sobre o pedido excessivo de afastamentos médicos por professores do Rio de Janeiro (Bom dia Brasil - Alexandre Garcia comenta o alto número de pedidos de licença de professores, 10 de junho). Ele comenta que pode até haver pedidos de licença indevidos, mas que entende que a maioria não consegue suportar a realidade em que vive e adoece. E é verdade. Nessa curta carreira minha eu já pude presenciar alguns colegas serem afastados por psiquiatras por não terem mais condições mentais de continuar exercendo sua profissão.

E os vereadores de Juazeiro do Norte ainda acham que seus professores estão com os salários muito altos. Que tal colocá-los lá na sala de aula por uns tempos pra ver se continuam pensando da mesma forma?



Ahhh e se quiserem ver, Alexandre Garcia também comentou essa redução de salários (Bom dia Brasil - "O bom professor ensina a raciocinar", diz Alexandre Garcia, 12 de junho). Quem assistir, vai perceber que a revolta não foi despertada só em mim. Pena que os nossos governantes não são afetados por esse sentimento...
sexta-feira, 31 de maio de 2013 1 comentários

31 sinais de que você já é professor há tempo demais

Hoje resolvi traduzir/adaptar/comentar uma postagem muuuuito legal do BuzzFeed.
Dica da minha amiga e English teacher Raquel.


31 sinais de que você já é professor há tempo demais

Jogue seu chiclete fora, por favor. Vozes interiores. ESTOU VENDO UM CELULAR?

1. Você começa a fazer as piadas mais sem graça do planeta.
(Tá, não entendi muito bem esse não, mas deve ser porque não tem graça mesmo).

2. Você consegue identificar um celular a milhas de distância.
(Já pensei isso milhões de vezes!!)

3. A próxima pessoa que falar "Eu tenho sorte de ter férias uma vez por ano. Professores tem duas!" vai levar um lápis na jugular.
(A vontade é de responder: Vira professor, então!)

4. Não importa se você é o presidente, você não pode empinar a cadeira.
(Tem hora que dá uma vontadinha secreta de deixar a pessoa cair! De certo não faz mais depois né!?)

5. Você adora aulas com filmes tanto quanto seus alunos.
(E aulas na área de lazer, jogos interclasse, eventos culturais...)

6. Esse é o seu monólogo interior em reuniões de pais:
Eu não me importo mais. E sabe o que é melhor? Eu não me importo de não me importar.
(Na verdade seria mais: se você não se importa, por que devo me importar?)

7. Você ri junto com seus alunos quando chega um novo professor com nome engraçado.
(É meio difícil esse tipo de piadinha com nomes em Português, mas acontece.)

8. Você é expert em engolir uma refeição inteira na hora do recreio.

(Todo santo dia!)

9. Você já considera mudar para esse método de corrigir trabalhos.
(Ainda mais quando você enrola pra corrigir e acumula trabalhos, provas e diários de 16 turmas!!)

10. Você passa a perder definitivamente as estribeiras em sala.
CALA A BOCA!
(Ahhhh, os dias de TPM...)

11. Você fica completamente maluco quando percebe que a internet está acabando com a gramática de seus alunos.
vc -> NUNCA.
(E não adianta falar e corrigir... no próximo trabalho você vai encontrar o mesmo erro novamente!)

12. Você parou de tentar esconder seu sorriso quando os alunos deduram uns aos outros.
(Quando não ri, simplesmente ignora).

13. Você já dominou a arte da improvisação.
... como quando seus alunos viram as cadeiras para um trote e você entra na brincadeira.
(Ou como quando você chega para dar aulas e os alunos não estão com o material porque mudou o horário e ninguém os avisou, a máquina de xerox estragou e você não tem material para entregar e os alunos estão de frente para o quadro de giz e você não usa mais o giz porque a escola toda adotou o quadro branco menos aquele professor que dá aula antes de você).

14. Suas manhãs parecem com isso:
(Quem me fala isso todos os dias é o despertador... ahhh vontade de jogar ele no chão!)

15. Você fica tão entediado quanto seus alunos.
(Eu gosto de brincar de forca!)

16. Você não leva as coisas tão a sério mais. Por exemplo, fotos oficiais.
(As intermináveis reuniões...)

17. OU provas.
(Tá, isso eu não tive coragem de fazer ainda não... mas já deu vontade!)

18. Essa é a sua batalha diária.
(E só quem é professor sabe cooooomo é difícil essa batalha!)

19. Você sabe que aquele dia que você sair de casa completamente desarrumado você VAI encontrar um aluno ou um pai na rua.
QUERO MORRER AGORA.
(Principalmente se você mora perto da escolha onde trabalha!)

20. Você ama seus alunos, mas mesmo assim, você fica mais e mais deprimido quando as férias acabam todos os anos.
Devemos agora enfrentar a grande escuridão... de Fevereiro.
(E que depressão!)

21. Você deseja profundamente que encontrar um professor substituto fosse fácil assim. 
(Principalmente quando se quer tirar férias prêmio há não sei quantos anos...)

22. Você pensa tanto em sua disciplina que chega a deformar seu senso de humor.
(E deforma mesmo! Só quem convive com você que vê o quanto isso te afeta! E pior... só você acha graça!)

23. ... então você acha que coisas assim são hilárias.
Está entediado. Faça cálculo.
(No meu caso, são os trocadilhos sem graça em Inglês... principalmente os de seriados de TV).

24. Corrigir trabalhos como esse, agora, fazem você rir em vez de se contorcer.
(Mas fazer o que? É cada coisa que você vê que se fosse chorar em todas elas...)

25. Você consegue se desviar de perguntas aleatórias com calma.
(Perguntas que antes te deixavam no ar passam agora a contar com respostas na ponta da língua).

26. Você já dominou a rotina de compras em Janeiro.
(Pelo menos os de professores são mais baratos, né!?)

27. Essa é uma das frases mais usadas por você.
Use sua voz interior
(Um jeito delicado de falar: guarde suas besteiras só pra você mesmo!)

28. A ideia de carregar uma placa dessas não parece tão louca assim.
(Se bem que nem matar aula no banheiro os alunos de hoje em dia fazem mais... as coisas são beeemm mais descaradas).

29. Seu corpo todo imediatamente relaxa quando o sinal toca.
(Você está mais ansioso pra ouvir o sinal do que seus alunos!)

30. Você assume a responsabilidade de tentar novos métodos de ensino com seus alunos.

31. Mas ultimamente, mesmo quando você quer desistir, um recadinho como esse pode te lembrar porque você realmente ama fazer o que faz.
Que professores maravilhosos como você nunca deixem de existir!
(E é por isso que continuamos sofrendo! Recadinhos assim nos fazem lembrar porque escolhemos essa profissão tão sofrida!)
quarta-feira, 22 de maio de 2013 0 comentários

Vídeo e Quizz

Você viu um vídeo super interessante e teve uma ótima ideia de quizz, mas não sabe como colocá-los juntos em um lugar só? Então você vai gostar da dica de hoje!
Há um tempo atrás, bisbilhotando por aí, encontrei o ESLvideo.com. Com esse site você consegue criar questionários de múltipla escolha relacionados a vídeos que você encontra no Youtube. E é super prático porque o próprio site oferece o código de incorporação pra você disponibilizar quizz e vídeo em qualquer lugar, sem perder o formato.
descobri essa semana uma excelente funcionalidade do site: você pode criar o seu Teacher Code, um código que você passa para os alunos para ser digitado ao final do quizz. Dessa forma, o resultado atingido pelo seu aluno será recebido na sua conta no próprio site, sem a necessidade de os alunos fazerem seus cadastros. Dessa forma, não há como eles alterarem os resultados alcançados, caso essa seja uma atividade avaliativa.
Mas agora vai uma notícia que talvez possa desagradar alguns: o site é todo em Inglês. Mas o questionário pode ser feito todo em Português.

Só pra mostrar um pouquinho como ele funciona vou disponibilizar pra vocês aqui os dois quizzes que já fiz até agora. 

Este primeiro, criado há 1 ano, foi uma forma de avaliar o que uma turma havia compreendido do filme A Proposta, assistido na escola. Se você já viu o filme, arrisque respondê-lo!

O segundo, que criei há algumas semanas, utilizei pra avaliar se os alunos conseguiam identificar os dias da semana em Inglês. Para isso utilizei a música Friday, I'm in love da banda The Cure, já beeeem conhecida dos professores de Inglês. Que tal tentar ver como estão suas habilidades no Inglês?
sábado, 11 de maio de 2013 2 comentários

Edmodo

Pra quem não conhece, o Edmodo é uma espécie de rede social, mas voltada somente para a educação. É bem parecida com o Moodle, mas mais fácil de ser utilizada. Desde quando conheci e comecei a usar a rede, há uns 4 anos, a plataforma já evoluiu bastante. Você pode ver abaixo uma apresentação que fiz para mostrá-la a alguns colegas professores no fim do ano passado.


Mas o Edmodo hoje oferece muito mais! A plataforma atualmente oferece espaço para o armazenamento de arquivos na biblioteca, separados em pastas. Você também pode se conectar ao Google Docs se tiver uma conta, o que fica muito mais fácil.
Há também uma seção com uma planilha em que você pode acompanhar os trabalhos feitos por cada aluno, exatamente igual às planilhas do Excel que muitos professores utilizam pra registrar as atividades de seus alunos.
O Edmodo também permite que você premie os alunos com melhor desempenho. E pode também agrupar seus alunos virtualmente para desenvolver atividades. Os pais também podem se cadastrar e acompanhar virtualmente a evolução das atividades de seus filhos.
É uma ferramente muito legal de se trabalhar. Os alunos adoram! E lógico que eu também!
Na escola que eu trabalho, tanto eu como a professora de história, Márcia Tannús, utilizamos com bastante frequência. E aos pouquinhos estamos até conseguindo que os alunos aprendam a utilizar a internet de uma forma mais consciente e produtiva. Já que os adolescentes gostam tanto de navegar na internet, o melhor que podemos fazer é ensiná-los a fazer isso da melhor forma possível.
Quem quiser utilizar, basta se cadastrar em www.edmodo.com e dar asas à imaginação!
quinta-feira, 2 de maio de 2013 0 comentários

Parcerias que dão certo

Dia de postar coisas boas!! Esse blog está precisando de um post mais leve, depois de tantas reflexões profundas!
Ano passado o a coordenação da área de Inglês no Cemepe (Centro de Estudos da Prefeitura de Uberlândia) fez uma parceria com a UFU (Universidade Federal de Uberlândia), que por sua vez tinha uma parceria com o Fullbright Institute.
E de todas essas parcerias nasceu um excelente curso oferecido aos professores da rede municipal pelas estagiárias Olivia e Maria.
Mas essas estagiárias também tinham uma imensa curiosidade em saber como funcionavam as escolas brasileiras. Então o Professor Willian Tagata (da UFU), a coordenadora do Cemepe, Daniela Braga, Olivia, Maria e eu organizamos uma visita das meninas à minha escola.
Foi algo muito prazeroso, que as estagiárias gostaram (porque foi uma experiência nova para elas), meus alunos gostaram (porque eles estavam tendo a oportunidade de ter falantes nativos conversando com eles), e eu fiquei muito feliz em ver que atividades diferentes ensinam muito mais que uma aula expositiva!

Maria e Olivia fizeram uma apresentação sobre o Halloween (já que era véspera de 31 de Outubro) e responderam a perguntas sobre curiosidades que os alunos tinham sobre a cultura Norte-Americana.

E em algumas turmas foi possível até fazer um joguinho que elas disseram fazer sempre nessa época do ano lá nos EUA.

Como conclusão dos trabalhos, na aula seguinte os alunos construíram um mural com personagens do Halloween (coloridos, recortados e colados por eles mesmos!)

E pra quem ficou curioso, aqui está a apresentação feita pelas estagiárias Olivia e Maria e assistida pelos alunos.
quarta-feira, 24 de abril de 2013 0 comentários

Imagina se essa moda pega?

      Ninguém chega em um médico querendo dar palpite no diagnóstico feito por ele da doença ou dos exames e remédios receitados. Aceitamos a premissa de que ele estudou para aquilo e sabe o que está fazendo. O mesmo acontece com várias outras profissões. Mas por que todos querem falar como o professor deve trabalhar? Por que todos se sentem no direito (alguns se acham no dever) de falar o que é certo ou errado um professor fazer? Quer dizer então que os anos de estudo de um professor são menos importantes do que os anos de estudo de um médico ou um engenheiro?
         Pois é, como vocês podem ver estou revoltada!
        Toda semana tem post novo. Semana passada não coloquei nada de novo justamente por causa do trabalho. Era tanta coisa pra fazer que abri mão de algumas atividades pessoais pra conseguir fazer tudo a tempo. Mas não deixei de prestar atenção ao que acontecia ao meu redor.
        Durante toda a semana que passou, acompanhei no jornal da hora do almoço o caso da diretora de uma escola estadual que foi exonerada em Patos de Minas. Não quero julgar se ela estava certa ou errada porque não sei de todos os fatos. Mas uma coisa me chamou a atenção.
     Em um dos jornais, uma professora especialista em educação foi entrevistada a respeito do caso. E a fala dela foi maravilhosa. Acredito que ela disse tudo o que nós professores pensamos, às vezes até falamos, mas ninguém toma nenhuma atitude a respeito. O vídeo abaixo traz um resumo do caso e por último a entrevista. Se você já sabe do caso, basta clicar na barra de tempo em 6 minutos e 30 segundos e ir direto à entrevista.
TV Integração - Pais continuam protestando contra exoneração de diretora em escola de Patos de Minas
      Mas se você não está a fim de ver o vídeo, vou reproduzir aqui a parte da fala da professora que resumiu tudo:

"A semana passada, eu estive numa escola estadual em que os professores estavam fazendo uma vaquinha pra comprar tinta para a impressora. Não porque o estado não dê impressora, mas dá de uma maneira tão engessada que não dá pra tirar as impressões necessárias. Não pode pôr pen drive na impressora, o professor não tem acesso à internet, ao próprio computador pra fazer aquilo que precisa pra ser impresso. Então ele faz em casa, sem remuneração. Por isso que eu digo que é escravidão, ainda tirando o sangue, porque tem que tirar o dinheiro do bolso pra poder fazer alguma coisa. Tem uma escola estadual aqui que tem um programa maravilhoso, um programa de grêmio. Programa bonito, bom. Eu vi o diretor emprestando o telefone dele pro menino poder fazer a ligação que precisaria pro grêmio que é próprio do Mais Educação, que é próprio do ensino integral. Então esse diretor está tirando do seu bolso pra poder ter um programa que o governo institucionalizou e mandou, inclusive uma grade, a grade né, pra aprisionar os professores, de 50 minutos, pra ensinar moral, ética. Como que ele vai ensinar isso em 50 minutos isolados, com um professor que não é o professor de todos os dias?"

        Lembra a história de todos darem palpite na profissão do professor? Pois é, quem está de fora e gosta de falar o que o professor pode ou não fazer não vê esse tipo de situação descrita pela professora da entrevista.
      E o pior não é isso. Agora surgiu a moda do processar. Tudo que o professor fala ou faz pode virar um processo. Conheço uma excelente professora que foi processada e punida porque estava ensinando um aluno a ter higiene pessoal. A mãe entendeu que a professora estava constrangendo seu filho. Constrangendo? Constrangida está a criança, ao ser ridicularizada pelos colegas porque a própria mãe não a ensinou a tomar banho direito.
        Na semana passada uma notícia que me chamou a atenção foi a de um pai que processou a professora porque ela colocou uma prova no Facebook (G1 - Pai registra BO contra professora que postou prova de aluna no Facebook). O pai entendeu que a professora estava ridicularizando a filha. A professora não colocou o nome da menina. Segundo o pai, os colegas viram que a prova era da menina porque reconheceram a letra. Mas então quando os alunos desenham os professores, colocam apelidos, tiram sarro dos professores na internet (o que eu mesma já vi muito), xingam, falam palavrões, mandam você ir tomar "leite", chamam as professoras de vagabundas (escutei essa antes de ontem), podemos processá-los também?

      E aqui vai a última parte da revolta. Li também semana passada uma reportagem (Correio de Uberlândia - Graduação em Licenciatura tem evasão superior a 40% em Uberlândia) falando que de cada 10 alunos que iniciam os cursos de licenciatura, ou seja, que iniciam cursos para se tornarem professores, 4 desistem antes de se formar. E ainda querem saber o por quê?
YOU FAIL!!

quarta-feira, 10 de abril de 2013 2 comentários

Pérolas da sala de aula

      Essa postagem de hoje é dedicada aos meus colegas de profissão, em especial aos professores de Inglês. Mas é também especial para uma certa turma minha de 8º ano.
          Vou me explicar: em uma de minhas turmas de 8º ano, há um aluno que solta verdadeiras pérolas quando abre a boca para fazer perguntas. E ele fala de uma forma que não há como me concentrar e fazer cara de brava. E lógico que cada frase dele é seguida de longas risadas. Um dia comentei com a turma que iria colocar as pérolas dele no meu blog. Desde então, de vez em quando um me pergunta se eu já postei.
        Resolvi colocar não só as pérolas que ele solta em sala de aula, mas também certas perguntas sem noção que qualquer professor escuta, principalmente os de Inglês.

A melhor delas foi a desse certo aluno que comentei acima. Estava fazendo com eles um exercício sobre Present Continuous em que o aluno tinha que descrever o que os elefantinhos estavam fazendo. Ele me chama e pergunta:
- Professora, se he é ele e she é ela, o que eu vou usar pra falar de um elefante gay?

Tentei ignorá-lo (porque vi que era pura brincadeira) e continuar a aula, mas ele me interrompeu novamente e perguntou:
- É sério, professora, uso he ou she? Tenho essa curiosidade...

O mesmo aluno depois que fiz uma brincadeira a respeito dos bate-boca constantes dele com uma colega de sala:
- Professora, a senhora está me bulinando!! (Na verdade, ele queria falar de bullying...)

Sempre que os colegas estão brigando, esse aluno costuma olhar pros colegas com a cara mais lerda do mundo e dizer:
- Não pode brigar com os coleguinhas... (doido pra ver o circo pegar fogo!).

> Agora vão as perguntas que mais escuto:
Depois de você explicar de variadas maneiras como se resolver um exercício, sempre tem um que levanta a mão e fala:
- Mas o que é mesmo pra fazer?

E o pior, sempre tem um pra perguntar:
- É pra responder em Português ou Inglês?

Quando os alunos recebem o livro de Inglês pela primeira vez, eu sempre digo que exercício só se responde com lápis. Mas sempre tem um pra perguntar:
- Professora, pode ser de caneta?

Ou então, na hora da prova:
- Pode responder de caneta vermelha?

> Isso sem falar nas clássicas...
Quando eu entrego folha de exercícios:
- É pra colar a folha?
- Esqueci o caderno, onde colo? (A vontade é de responder: Na testa!! Mas sou educadinha e não falo hehehehe)
- Esqueci a cola, como faço?

Quando eu passo matéria no quadro:
- É pra copiar?

Quando estou trabalhando perguntas pessoais:
- Professora, como é meu nome em Inglês?

Quando estou ensinando os nomes dos objetos escolares:
- Mas notebook não é computador?

> Coisas que eles morrem de rir mas que não têm nenhuma graça...
Quando estou ensinando os números e chego no 14:
- Fortim kkkkkkkkkkkkk 

Quando falo TV em Inglês:
- Tivi kkkkkkkkkkkkk

Quando explico que cool significa legal:
- Cuuu é legal kkkkkkkkkkkk (tá bom, esse eu faço uma gracinha pra eles rirem mesmo :P).


E você? Tem alguma pra acrescentar à lista?
Comente e deixe a sua frase sem noção...


quarta-feira, 3 de abril de 2013 5 comentários

E pra que serve a escola mesmo?

Semana de feriado prolongado é como se fosse aquela semana véspera de férias, quando ninguém quer fazer mais nada só porque a semana vai acabar logo ali, não é? Pois é, pra mim foi assim mesmo semana passada!!
Mas estou de volta com uma pequena reflexão sobre duas notícias que li na semana que passou.
A primeira delas repercutiu nacionalmente e, se você não ouviu falar a respeito, pode ler no site do G1 ou assistir no site da TV Paranaíba. A notícia é sobre uma festa combinada pela internet, que levou mais de 70 adolescentes a matarem aula para curtir música alta e consumir bebida alcoólica e drogas numa quarta-feira às 7h da manhã.
E a má notícia é que esta festa foi realizada numa casa a poucos quarteirões da escola onde trabalho e vários alunos meus estavam lá. É de se preocupar.
Tudo bem que nos dias de hoje ser certinho, fazer todas as tarefas, não matar aula, obedecer os pais é o mesmo que ser careta, nerd ou coisa assim. Mas precisa chegar nesse nível? Fiquei triste ao ver a notícia no jornal enquanto almoçava.
A que ponto as coisas chegaram! Desde sempre existem adolescentes no mundo, e eles são rebeldes e fazem coisas pra chamar a atenção. Isso não muda. A diferença é que antes os adolescentes não tinham a liberdade que têm hoje. Liberdade de comunicação e de compartilhamento de informações. E o pior (ou melhor, não sei) é que antes esses atos de rebeldia se inciavam beeem mais tarde. "Adolescente" de 12 anos (isso mesmo, 12 anos!) ir pra festa beber vodka e fumar maconha?  E com qual o objetivo? Chamar a atenção dos pais? Mostrar que não liga pra escola?
Em uma das entrevistas que eu vi com pessoas envolvidas, havia uma avó dizendo que havia perdido a filha (assassinada por envolvimento com drogas) e que a neta de 13 anos estava na festa. E o pior da entrevista foi ver essa senhora afirmar que iria entregar a neta para o Conselho Tutelar porque se recusava a cuidar da menina nessa situação. Quando eu vi isso me perguntei: em que mundo estamos? Que tipo de família cria essas crianças hoje? Quais os valores passados a essas crianças?
Pelas próprias conversas que tenho com muitos pais de alunos que estão com problemas na escola percebo que hoje em dia os pais estão mais preocupados em morrer de trabalhar pra ganhar dinheiro e poder sustentar a família do que ensinar seus filhos sobre o que é respeito, educação ou simplesmente conversar, brincar ou olhar os cadernos das crianças.
Eu entendo, é difícil. Eu, que não tenho filhos, às vezes chego em casa cansada do trabalho e fico imaginando: e se eu ainda tivesse que cuidar de uma criança? Dar banho, comida, olhar tarefa, conversar, brincar? Não sei se conseguiria.
Mas muitas vezes os pais não pensam nisso antes de colocarem as crianças nesse mundo. Muitas vezes essas crianças são fruto de um acidente, o que vira uma bola de neve: os pais não tem condição de sustentar a criança, trabalham demais pra conseguir esse sustento, a criança fica sozinha o dia todo em casa, faz coisa que não deve (porque os pais não têm tempo de acompanhar), e outro acidente acontece. Nasce outra criança.
E o que eu posso fazer pra resolver isso? Bom, não sei. Isso é um problema social. A obrigação de resolvê-lo é daqueles que eu elegi pra me representarem na minha cidade, no meu estado e no meu país. E não vou me estender no assunto, principalmente sobre cobrar providências dessas pessoas, porque  esse assunto vai loooonge.
Conto agora então sobre a segunda notícia que li semana passada. Quase dois dias depois dessa tal festa, passando o olho pelas manchetes na internet, vi uma que me chamou a atenção. Na verdade, ela nem é recente, mas proporciona uma ótima oportunidade para reflexão, principalmente para esses adolescentes que foram à essa festa só porque não gostam de ir à escola. Será que algum dia algum deles já pensou seriamente sobre o que aconteceria Se não existissem escolas no mundo? A revista Superinteressante pensou.
E a conclusão a que chegaram: poderia ser o fim do mundo bom e cheio de comodidades que temos hoje. Ou a escola acabaria sendo inventada novamente.
Segundo a revista, o mundo poderia acabar em guerras porque as pessoas não teriam o que comer. E as pessoas não teriam o que comer porque a tecnologia utilizada pra produção de comida (ou qualquer outra coisa que usamos hoje) é aprendida na escola. Sem escola, você não teria celular, computador, tablet, carro, nem mesmo um microondas pra esquentar uma pizza quando tivesse fome. Porque não teria ninguém pra ensinar a construir nada disso.
Mas a revista também oferece um outro cenário. As pessoas iriam correr atrás do prejuízo e começariam a ensinar umas às outras o que precisam saber para construir tudo isso. E a escola surgiria novamente.
Seria interessante que esse jovens que dizem não gostar de estudar pensassem a respeito disso. Sem escola, não existiriam coisas que pensamos serem simples, como o celular. E que adolescente vive hoje sem celular? 





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