quarta-feira, 3 de abril de 2013

E pra que serve a escola mesmo?

Semana de feriado prolongado é como se fosse aquela semana véspera de férias, quando ninguém quer fazer mais nada só porque a semana vai acabar logo ali, não é? Pois é, pra mim foi assim mesmo semana passada!!
Mas estou de volta com uma pequena reflexão sobre duas notícias que li na semana que passou.
A primeira delas repercutiu nacionalmente e, se você não ouviu falar a respeito, pode ler no site do G1 ou assistir no site da TV Paranaíba. A notícia é sobre uma festa combinada pela internet, que levou mais de 70 adolescentes a matarem aula para curtir música alta e consumir bebida alcoólica e drogas numa quarta-feira às 7h da manhã.
E a má notícia é que esta festa foi realizada numa casa a poucos quarteirões da escola onde trabalho e vários alunos meus estavam lá. É de se preocupar.
Tudo bem que nos dias de hoje ser certinho, fazer todas as tarefas, não matar aula, obedecer os pais é o mesmo que ser careta, nerd ou coisa assim. Mas precisa chegar nesse nível? Fiquei triste ao ver a notícia no jornal enquanto almoçava.
A que ponto as coisas chegaram! Desde sempre existem adolescentes no mundo, e eles são rebeldes e fazem coisas pra chamar a atenção. Isso não muda. A diferença é que antes os adolescentes não tinham a liberdade que têm hoje. Liberdade de comunicação e de compartilhamento de informações. E o pior (ou melhor, não sei) é que antes esses atos de rebeldia se inciavam beeem mais tarde. "Adolescente" de 12 anos (isso mesmo, 12 anos!) ir pra festa beber vodka e fumar maconha?  E com qual o objetivo? Chamar a atenção dos pais? Mostrar que não liga pra escola?
Em uma das entrevistas que eu vi com pessoas envolvidas, havia uma avó dizendo que havia perdido a filha (assassinada por envolvimento com drogas) e que a neta de 13 anos estava na festa. E o pior da entrevista foi ver essa senhora afirmar que iria entregar a neta para o Conselho Tutelar porque se recusava a cuidar da menina nessa situação. Quando eu vi isso me perguntei: em que mundo estamos? Que tipo de família cria essas crianças hoje? Quais os valores passados a essas crianças?
Pelas próprias conversas que tenho com muitos pais de alunos que estão com problemas na escola percebo que hoje em dia os pais estão mais preocupados em morrer de trabalhar pra ganhar dinheiro e poder sustentar a família do que ensinar seus filhos sobre o que é respeito, educação ou simplesmente conversar, brincar ou olhar os cadernos das crianças.
Eu entendo, é difícil. Eu, que não tenho filhos, às vezes chego em casa cansada do trabalho e fico imaginando: e se eu ainda tivesse que cuidar de uma criança? Dar banho, comida, olhar tarefa, conversar, brincar? Não sei se conseguiria.
Mas muitas vezes os pais não pensam nisso antes de colocarem as crianças nesse mundo. Muitas vezes essas crianças são fruto de um acidente, o que vira uma bola de neve: os pais não tem condição de sustentar a criança, trabalham demais pra conseguir esse sustento, a criança fica sozinha o dia todo em casa, faz coisa que não deve (porque os pais não têm tempo de acompanhar), e outro acidente acontece. Nasce outra criança.
E o que eu posso fazer pra resolver isso? Bom, não sei. Isso é um problema social. A obrigação de resolvê-lo é daqueles que eu elegi pra me representarem na minha cidade, no meu estado e no meu país. E não vou me estender no assunto, principalmente sobre cobrar providências dessas pessoas, porque  esse assunto vai loooonge.
Conto agora então sobre a segunda notícia que li semana passada. Quase dois dias depois dessa tal festa, passando o olho pelas manchetes na internet, vi uma que me chamou a atenção. Na verdade, ela nem é recente, mas proporciona uma ótima oportunidade para reflexão, principalmente para esses adolescentes que foram à essa festa só porque não gostam de ir à escola. Será que algum dia algum deles já pensou seriamente sobre o que aconteceria Se não existissem escolas no mundo? A revista Superinteressante pensou.
E a conclusão a que chegaram: poderia ser o fim do mundo bom e cheio de comodidades que temos hoje. Ou a escola acabaria sendo inventada novamente.
Segundo a revista, o mundo poderia acabar em guerras porque as pessoas não teriam o que comer. E as pessoas não teriam o que comer porque a tecnologia utilizada pra produção de comida (ou qualquer outra coisa que usamos hoje) é aprendida na escola. Sem escola, você não teria celular, computador, tablet, carro, nem mesmo um microondas pra esquentar uma pizza quando tivesse fome. Porque não teria ninguém pra ensinar a construir nada disso.
Mas a revista também oferece um outro cenário. As pessoas iriam correr atrás do prejuízo e começariam a ensinar umas às outras o que precisam saber para construir tudo isso. E a escola surgiria novamente.
Seria interessante que esse jovens que dizem não gostar de estudar pensassem a respeito disso. Sem escola, não existiriam coisas que pensamos serem simples, como o celular. E que adolescente vive hoje sem celular? 





5 comentários:

Prof. João Neto disse...

Engraçado mesmo Cecília!!
Escola existe a anos... e prá que serve mesmo?? Todo mundo (na sua maioria) acaba passando por ela mas nem todos conseguem entender e retirar o que ela pode proporcionar às pessoas..
Até quando????

Unknown disse...

Fico me perguntando a mesma coisa, João... até quando??
Tem hora que eu fico pensando que eu sou muito nova na profissão, por isso que ainda fico divagando sobre essas coisas... muitos professores me dizem isso... mas acho que quando nos acomodamos com as coisas como estão elas tendem só a piorar. Vamos ver se daqui alguns anos eu ainda vou pensar assim né hehehehehe

Prof. João Neto disse...

Vc não tem espírito acomodado não!!
Pode ficar tranquila que vc continuará a ser a mesma.. observadora... enfim... cabeça fria e bola para frente... E que venham as observações!!

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Obrigada pelo apoio João!!
E bola pra frente!!

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